quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Renascimento de um Ser Humano

Lápide de
ANA BORGES

Falecida a (confesso que me esqueci do dia) de Julho de 2010
Renascida a (não me lembra o dia) de Julho de 2010




Foi mais um interregno neste meu diário, semanário ou mensário, tudo depende de mim, do meu estado de espírito, das coisas boas ou más que me acontecem durante o dia, a semana, os meses e os anos.
Incrédula???? Talvez, Crente???? Talvez, mas analisando mais profundamente o meu EU, acho que é mesmo Estupidez.
Por ter sido tão estúpida durante tantos anos, que agora tive que parar, olhar para dentro de mim, e tentar encontrar o EU que eu era, mas que por vergonha de mim se tinha escondido. Encontrei-o, falei com ele, esclarecemos tantas dúvidas e algumas certezas, e por isso cá estou eu de novo, renascida das cinzas tal Fénix, pronta para a luta.
Não acabei com o blog, porque faz parte de mim, faz parte de um passado e de um presente. Por isso só resolvi dar um tempo para continuar a dialogar comigo mesma em suporte informático.
O que passou, está guardado, muito bem guardado num pequeno baú, colocado no fundo da cave do meu Ser. Não o quero lembrar, mas não o vou esquecer. Não o quero lembrar porque as coisas más que aconteceram foram tantas que se deitasse fora o baú também não me iria lembrar de alguns momentos agradáveis.
Mas o passado ficou lá atrás.
Agora o presente quero voltar a ser a pessoa que sempre fui, bem disposta, alegre, amiga, EU mesma.
Agora o presente quero que me traga felicidade pura, honesta, sincera, alegre, que me faça sentir EU mesma.
Não busco nada, a vida há-de me dar o que eu desejo.
E desejo a todos os que passaram por "torturas" psicológicas, reajam, lutem, não fiquem parados à espera que as coisas mudem, porque nada muda, quem é assim por natureza jamais será o contrário.


Um abraço a quem ler esta simples missiva,

AnaBorges

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Pequenos retalhos do dia a dia

A VIRGEM




Esperei anos até puder comprar uma pequena máquina fotográfica, o dinheiro tinha sempre outros motivos, a máquina ficava na montra, até que um dia, não há muito tempo, fui direita a ela e já não a larguei, tem sido a minha companheira de pequenas viagens e de coisas que olho e gosto. Não é uma máquina profissional, é  uma pequena máquina doméstica, máquina de carteira, onde está recolhida, até aparecer qualquer coisa que nesse momento me apetece guardar.
Foi este um dos casos, não sou católica, mas sinto-me bem na tranquilidade do espaço que Fátima nos permite ter, sento-me na capela das aparições, e medito, penso e repouso a alma.
Neste dia, enganei-me numa das ruas de Fátima e ao parar para ver se vinham mais carros, deparei-me com esta imagem na esquina de uma das ruas, fixei-a bem e achei que nada tem de especial mas tem qualquer coisa que me deixou ali parada, até ser "acordada" pela buzinadela de um carro que estava atrás de mim e queria passar, com todo o seu direito, mas não antes de eu tirar algumas fotos a esta imagem, cuja rua se chama Nossa Senhora da Conceição. Curiosidades.
Lá fui até ao Santuário, sentei-me, olhei á minha volta e olhei devagar para todas as pessoas que ali estavam, pensei: Que força move estas pessoas para ali estarem de joelhos rezando com tanta força e vontade, com lágrimas de tristeza pedindo talvez algo impossível ou possível, sendo possível será milagre, não sendo possível foi porque não poderia ser. Senti dentro de mim uma tristeza enorme e sem dar conta as lágrimas, devagarinho escorregavam pela minha cara e eu nem dei conta, só dei conta da tristeza que me invadia naquela hora e sem dar por isso rezei, implorei por mim para ter forças, para conseguir fazer o bem, para ser FELIZ. Mas o meu problema é que não sei definir FELIZ, não consigo sentir aquilo a que muitos chamam Felicidade.







AnaBorges

quarta-feira, 30 de junho de 2010

UMA PEQUENA HISTÓRIA VERDADEIRA








Hoje deu-me para vasculhar papéis e encontrei um dos muitos que guardo para lembrar como pode uma pessoa mudar tanto e sem eu saber porquê. Se fosse um ser qualquer que tivesse tido esta transformação de identidade, nem sequer me preocuparia nem tentaria saber o porquê, porque todos nós temos o direito de escolha, agora um ser que "habitou" 9 meses dentro do meu casulo!!!! E desaparecer assim como fumo que foi com o vento??????? Foi difícil a habituação, mas agora já estou habituada e depois de um retiro forçado de 6 meses, imbui que esse ser foi viver para outro Planeta, já não me magoa, dói, mas não deita sangue. Consegui, e isso foi uma vitória para a minha pessoa.
Mas voltando ao princípio, ao que me levou a publicar este post, lembra-me que deve ter sido escrito por um ser que já foi, a esse ser, o que escreveu o que vou transcrever desejo-lhe o melhor do mundo, era um ser maravilhoso demais para viver aqui, por isso partiu, ao ser que ficou e lhe vestiu a pele desejo-lhe as maiores felicidades e as maiores dores de coração e de consciência (se a tiver). Não julguem. Só julgue que alguma vez sentiu a dor de perder um filho.
Mas vamos lá:
"... Vou fazer-te uma pequena dissertação, que se tivesse com maior disposição para escrever ocuparia, mormente, cerca de 343 pág. (calcúlos feitos por baixo). A dissertação intitula-se "A Masturbação dos Crocodilos do Nilo e as cheias do Mesmo". (Por falar nisso, o Porto ontem ganhou por 3-2).
Ao analisarmos podemos considerar, do lado dos crocodilos, dois modos de visão do problema; do lado das fêmeas e do lado dos machos. Depois dividem-se em sub-temas do tipo dos de"modo de visão dos machos-garanhões e dos machos-bichas", "dos jovens e dos menos jovens"; "etc". Do lado do Nilo temos a considerar o lado a montante e do lado a jusante. Do lado a montante temos a considerar a margem direita (PSD) e a margem esquerda (PC/CDU), o mesmo se passando a jusante com a inclusão duma margem central (PS/CDS). Ao fim de saturados estudos e pesquisas cheguei à conclusão que: A Masturbação dos Crocodilos não afecta as cheias do Nilo, ao contrário da menstruação das mulheres do Nilo", passo a pedir direitos de autor, mas como não obteria resposta, transcrevi na mesma, acentuando que este texto foi para mim, mas não escrito por mim.




















AnaBorges

A NATUREZA E AS SUAS HABILIDADES



SIMPLESMENTE UMA BELEZA NATURAL QUE A NATUREZA SE ENCARREGOU DE A FAZER


Hoje não me apetece escrever, aliás não me apetece fazer nada, por isso deixei que a natureza fizesse por mim.


AnaBorges



quarta-feira, 2 de junho de 2010

Os Ovos Felizes


Não tirei a publicidade, pois o que vou escrever em nada ache que vá ofender o local onde vou tantas vezes comer uma sandocas, e passo a publicidade, são onde me sabem melhor. Mas ao ler o saco não pude deixar de rir e afinal já tinha descoberto o segredo de no final de comer a sandoca ficava sempre com um sorriso na face e eu a pensar que era de ter saciado a fome mas não era essa malvada era a alegria de ter comido ovos felizes postos por galinhas livres e como tudo o que é livre é feliz, os ovos tinham que ser felizes. Vou voltar lá mais vezes, agora só quero pão com sementes, alface, tomate e ovos, muitos ovos, pois quero sentir-me como eles........

AnaBorges



sábado, 1 de maio de 2010

Um conto de Alice Vieira - As Novas Tecnologias .........




A SENHORA DO PAI


Quase todas as semanas compro a revista "ACTIVA" formato de "bolso" e passo a publicidade, e uma das coisas que faço sempre em primeiro lugar é a procura dos textos de Alice Vieira, além de gostar imenso da forma como ela expõe as ideias, de uma forma tão real e tão engraçada, que por muito que nos apeteça chorar acabamos por rir ou meditar na veracidade das suas palavras.
Este ultimo texto então deixou-me de "rastos", primeiro porque achei que com esta idade já não era tão incrédula, segundo porque fiquei de rastos com a hipocrisia que cada vez está mais lactente nos indivíduos.
Vou limitar-me a transcrever o texto na integra e deixar a quem não leu a revista que não acredite nas palavras que lhe disse ao chamarem-lhe estúpida entre dentes:
" A princípio nem ligou. Sempre que voltava do pai, ele não se calava, naquele seu linguajar de bébé, a querer meter o mundo todo nas poucas palavras que o seu vocabulário permitia. Ela sorria, enquanto ia desfazendo a mala de fim de semana, com o rato Mickey de enormes orelhas estampado bem a meio. Foi a insistência dele que lhe chamou a atenção. E foi então que, nitidamente, percebeu o que ele dizia. "A senhora do pai". Sentou-o ao colo, fez-lhe uma festa no cabelo, tudo com muita calma, e foi murmurando: "A senhora do pai?" Ele acenou com a cabeça. "O pai tem uma senhora?" Ele acenou com a cabeça.
- Miguel, olha para a mãe ...
Ele fixou nela os seus olhos esverdeados.
- Diz à mãe ... O pai tem uma senhora?
Ele voltou a acenar e acrescentou:
- No carro.
Ela ia perdendo a cabeça. Ainda não estavam divorciados e já ele andava a enfiar mulheres dentro do carro, e logo no fim de semana em que ela o deixara ficar com o filho. Podia-se pensar que, pelo menos nesses dias, ele se portasse como um pai a sério, até porque podia estar em causa a futura regulamentação do poder paternal, mas não, se calhar "a senhora" até já lá ficava em casa ...
Tentou acalmar-se: "E quando o pai veio trazer o Miguel, a senhora estava no carro?" Ele voltou a acenar com a cabeça, mas, farto do interrogatório, deslizou do colo da mãe e foi brincar. Ela ainda pensou em ligar à mãe a contar, mas desistiu.
- Vamos conversar, meu menino ... - murmurou, discando o numero dele no telemóvel.
Combinaram encontrar-se no café.
- Estás com uma voz! - disse ele - É grave?
- Daqui a dez minutos - repetiu ela.
- Não pode ser aí em casa? - estranhou ele.
- No café - disse ela, desligando.
Não queria correr o risco de o Miguel entrar na sala e ouvir a conversa, o café era sítio neutro.
Assim que ele chegou, nem o deixou falar.
- Não me podias ter dito que já tinhas arranjado uma namorada?
Ele olhou-a, espantado.
- Que eu o quê?
- Não te faças de tolo. O Miguel contou-me.
Ele parecia cada vez mais espantado:
- Mas contou-te o quê?
- Que tinhas uma namorada.
- O Miguel disse isso? Uma namorada?
- Disse que o pai tinha uma senhora no carro ... Sabes o vocabulário dele ainda ...
Uma enorme gargalhada dele interrompeu-lhe o discurso, e surpreendeu-a, aquele não era propriamente um motivo para risada.
- Uma senhora ... no carro ... - repetia ele, rindo cada vez mais. Depois recompôs-se, e disse:
- E claro que pensaste logo no pior. Que eu tinha metido o meu filho no carro com uma galdéria qualquer ... Nunca te passou pela cabeça que fosse ...
- Que fosse quem?
- A voz do GPS a ensinar o caminho?
Ela olhou-o sem saber se devia ficar furiosa consigo própria, se rir à gargalhada.
- O Miguel ouviu, ficou muito admirado, eu entrei na brincadeira e disse-lhe: "O carro novo do pai tem uma senhora!"
Acabaram por rir os dois, ela a censurar-se por aqueles ciúmes doentios que nem com a separação tinham passado. Voltou para casa, contente por não ter falado com a mãe, o que ela não lhe diria agora, quando ela lhe contasse.
E ele entrou no carro, sorrindo. Tirou o telemóvel do bolso, discou um numero e disse:
- Pronto, tudo arranjado. Veio-me à cabeça uma desculpa verdadeiramente genial! Depois conto-te . mas temos que ter mais cuidado ....."
Texto de Alice Vieira, publicado na revista Activa




terça-feira, 20 de abril de 2010

Viva o Vulcão .......






"Afinal eu tinha razão. O TGV é o que é preciso. Olhem lá se ele existisse não havia tanta chatice no Aeroporto. Irra que são mesmo teimosos, nem me apetece rir. Eu bem apelo ás Novas Tecnologias, mas ninguém me ouve .... pensam que eu sou um sonhador ......vou mas é ouvir Tony Carreira, só ele me compreende" (isto terá sido o primeiro pensamento que ocorreu ao Sr. Primeiro Ministro José Sócrates, quando soube do Vulcão.....)

Parabéns Sr. Primeiro Ministro, realmente por muito que o critiquem, não conseguem derrotá-lo, o Sr lembra-me o José Mourinho, quer se ache que ele é arrogante, que têm a mania que é o melhor, a verdade é. Deixem-nos falar dizer que os Senhores são os maiores, deixem que vos critiquem pois a verdade dá-vos sempre razão.
Cada vez gosto mais de si, é arrogante???? Continue, pois sem essa arrogância já o tinham enterrado vivo, assim falam mal de si, mas falam não consegue cair no esquecimento dos que gostam ou não da sua forma de estar, de ser e de Governar.
Siga em frente que os Anjos e Arcanjos estão consigo.






Quem ri por ultimo é sempre o que ri mais..........................................

AnaBorges

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Uma mera reportagem com tanto conteúdo




Principalmente hoje, agora, neste preciso momento apetecia-me escrever sobre ti. Mas as palavras não saem ou eu não as consigo escrever.
Ao ver aquelas pessoas, aqueles lugares, não consegui conter as lágrimas e chorei, chorei por ti chorei por mim e chorei por todos aqueles que ali estavam.
Porque será que nos lembramos de tantas coisas que nunca deviam ter existido, nunca as deveriamos ter vivido, nunca deveriam ter sido nossas???? mas infelizmente existiram, elas estão tão presentes na nossa memória, que ao ouvir os depoimentos daquelas pessoas, ver aquela degradação tão grande do ser humano, ver aquele médico com quem tantas vezes falei ao longo de tão compridos 29 dias, tudo isso junto, foi o fim, foi o dilúvio não consegui conter e chorei, foi como se estivesse ali, naquele lugar, agora mesmo, como se tudo aquilo me estivesse a ser dito palavra a palavra, e eu a ouvir como um robot, pois o teu fim estava a chegar, e nada havia a fazer.
Palavras para quê????
Nem que quisesse falar contigo, conversarmos, passear de mão dada pelos jardins daquele hospital, nem isso eu pude fazer, porque "ela" colou-te á cama, não falavas, não andavas, limitavas a entender e a ouvir tudo o que te dizia, contava-te o que tinha acontecido nos longos 200 Km, todos os dias para lá e para cá, ouvias e eu sei que mesmo sem dizeres uma palavra entendias tudo o que te dizia.
Mentia-te, dizia que os negócios iam andando, não tão bem como quando tu lá estavas, mas andavam, mentira, mentira, mentira, andavam era para trás, todos os dias, desgastava-me em correrias, entre os 200Km, e os restantes que fazia na cidade que adoptaste como tua, numa correria entre o Hospital e os negócios, contabilista e banco, finanças e funcionários porque tudo tinha que ser tratado, não que eu esperasse que voltasses para continuares o teu trabalho, mas precisamente por saber que jamais voltarias a tratar dos teus assuntos.
Sempre te abracei e beijei, a doença não se pega, a doença consome-nos interiormente, fui-me abaixo, os últimos dias já conduzia como um robot, como se o carro soubesse todos os passos a dar, onde me tinha de levar tal era a rotina desses dias, quando chegava ao teu lado abraçava-te, beijava-te, penteava-te o cabelo e a barba.
Apeteceu-me abraçar todas aquelas pessoas, tão juntas e tão sós.
Trouxe os teus restos físicos para a nossa cidade, para a cidade que te viu nascer, o espírito esse deixei-o, era livre e eu quis que ele continuasse livre e fosse para onde ele queria, viajar, viajar muito, por isso não vou ver os teus restos tapados com uma pedra, nada me dizem, é só o teu "fato" e esse não me interessa, já está fora de moda, não te posso dizer se estás giro ou não, porque tu não estás lá, por isso mando-te mensagens para o ar, sei que irão ter contigo.
Um abraço e um beijo grande Pai.

AnaBorges




quinta-feira, 15 de abril de 2010

PALAVRAS QUE JÁ NÃO VALEM NADA







Coimbra e as obras Metro Mondego



Não é preciso mais palavras, hoje estou se palavras, o tempo tirou-me a "faculdade" de pensar de dizer o que me vai na alma, por isso, encontrei esta foto no meu pequeno "arquivo" de COISAS, e achei que apesar da foto ter sido tirada num dia de Sol, num dia BONITO, não consegue tirar a tristeza da derrota das pedras perante a força das máquinas, lembrou-me a minha derrota pessoal.

De uma pessoa cheia de energia, de força, lutadora, acabei, numa Mulher frágil, sentida, triste por apanhar e continuar a apanhar "com os pés dos outros", por já não acreditar na honestidade do Ser Humano.

Não sou Católica, mas acredito num Homem a que chamam José, Jesus, Emanuel, etc, o nome que lhe quiserem chamar, um pregador que pensou que através da palavra tornaria o Mundo melhor e os Seres Humanos viveriam em perfeita harmonia.

Eu também me posso chamar Ana, Isabel, Albertina, etc, o que me quiserem chamar, que já não acredito que a palavra consiga que os Seres humanos fiquem seres humanos. São simplesmente máquinas com um motor na cabeça, programado para destruir tudo o que de belo existe na rua, dentro das pessoas.

AnaBorges

sexta-feira, 9 de abril de 2010

RECUSA A COIMBRA OU COIMBRA RECUSA DAVID FONSECA









DAVID FONSECA


Sou uma fã, apesar do meu meio século de vida, sou fã de David Fonseca desde os Silence 4, já o vi actuar ao vivo duas vezes, uma no tempo dos Silence 4 em Leiria, a outra vez, ainda há pouco no CAE da Figueira da Foz.
Intriga-me a sua recusa em actuar em Coimbra. Ou será que Coimbra não convida David Fonseca?????
Se o problema é de Coimbra não convidar David Fonseca, não sabe o que perde. Claro que quem é fã, desloca-se a todos os lugares onde o seu ídolo vai actuar, mas infelizmente isso é óptimo para as garotas e garotos que vão assistir a um concerto dos Tókio Hotel em Lisboa, fazendo filas, listas de chegadas, acampando quase dentro do Pavilhão Atlântico, para conseguirem um lugar mesmo em cima daqueles miúdos engraçados, mas que para mim nada dizem, e azar deles e sorte de todos os garotos afinal ainda sobraram lugares. Não critico, se tivesse uma filha que me pedisse para os ir ver, se ainda não tivesse idade para acampar sozinha e não tivesse um grupo que a acompanhasse, eu seria a primeira a ir com ela, não deixaria que ela não pudesse assitir ao concerto dos seus ídolos. Claro que a organização da vinda a Portugal destes miúdos, esteve muito bem organizada, escolheu as férias da Páscoa, com boa vontade os garotos até subiram as notas (chantagem dos Pais) para puderem estar ali. Não levo a mal.
Agora se em Coimbra, cidade dos Doutores, gosta de Quim Barreiros, também não levo a mal, mas valha-me alguém que tenha o bom senso de agradar a gregos e troianos...... Eu adoraria ver David Fonseca em Coimbra.
Se o problema é dele, tudo bem na mesma, desloquei-me á Figueira da Foz porque fica a 30 minutos de Coimbra, mas ele também pouco se importa com mais uma pessoa na plateia ou menos uma, agora se escassearem várias pessoas na plateia, talvez o problema lhe toque.
Hoje estou aqui para fazer a minha reivindicação pessoal contra David Fonseca e contra Coimbra. Hoje porque ele actua no Coliseu do Porto e dia 16 no de Lisboa.
Já sei falta um Coliseu em Coimbra. Vou fazer um abaixo assinado para que exista um Coliseu em Coimbra, porque feras já nós temos.

AnaBorges

domingo, 4 de abril de 2010

PARABÉNS PARA UM SER MUITO ESPECIAL





Faz hoje, precisamente hoje 4 de Abril de 2010, que fui Mãe, já lá vão 32 anos. Ainda me parece impossível que eu te tenha carregado dentro de mim (um boneco lindo) durante 9 meses neste "meu canguru", acompanhaste-me para todo o lado, assististe a todas as aulas, eras um aluno assíduo, só deixá-mos de ir ás aulas a partir do dia 4 de Abril de 1978, tivemos faltas e não passamos de ano, paciência. Não gostavas muito da aula de História era quando te mexias mais, o que me levava a pensar que estavas a apanhar "seca", mas talvez fosse o espaço que era já muito pouco, mas era o que tinha e era todo teu.
Hoje penso, como foi possível uma criança de repente virar Mulher e Mãe para criar outra criança. Foi difícil, não nego, tantos sonhos, tantas ilusões, tantas coisas ficaram por fazer, e jamais se fizeram, em compensação tenho o orgulho de ter sido uma Mãe, uma Mãe que educou este filho, que criou este filho, que lhe deu o que podia, materialmente não teria sido muito, mas em amor acho que ultrapassou a quota.
Vivi 24 anos, só para ele.
Acredita filho, que apesar das nossas divergências, eu entendo-te eu compreendo-te, e acima de tudo eu amo-te, e amar-te-ei enquanto viver, podem passar anos, já não passarão muitos, mas os que passarem, sempre que precisares de mim eu estarei lá.
PARABÉNS MEU FILHO, que todos os anos faças mais um ano, mesmo não estando eu a teu lado, tu estás no meu pensamento, sempre.
O meu DESEJO, a minha PRENDA, é desejar-te que sejas FELIZ, vive a vida e tenta aproveitá-la o melhor que tu sabes, não percas tempo a pensar se estás a fazer bem ou mal, simplesmente faz, segue o teu coração e vais ver que a felicidade está contigo.
UM BEIJO DA TUA MÃE

AnaBorges

domingo, 28 de março de 2010





"Estou a afogar-me nas minhas lágrimas. Arrasto-me penosamente por entre a névoa dos dias com medo da noite.
Sou prisioneira dos meus pesadelos e das trevas.
O crepúsculo é o lembrete diário de que o pesadelo está vivo e bem vivo.
Não tenho fuga possível.
O coração grita de agonia.
Não há remissão, nada pode ajudar-me.
Não há bálsamo para as feridas porque elas são tão profundas.
Escrevo e a minha busca por segurança é infrutífera.
Por todo o lado para onde quer que olhe vejo outros a chorar por ti. Eles flagelam-se.
Eras o meu sol, a minha alegria.
O teu sorriso era a minha esperança
Não sei como viver sem ti.
Tenho 30 anos mas sinto o fardo de alguém de cem anos.
A minha alma está velha.
Corro de um lado para o outro freneticamente porque a alternativa é tão tentadora.
Receio a indulgência de ficar na minha cama, o meu ninho.
No meu sonho roguei-te para ficares
Os teus olhos dançavam, o teu sorriso abraçou-me.
Imploro para te trazerem de volta
As tuas palavras «tu sabes» ecoaram sempre que pedi.
«Tu sabes» significava «não posso ficar».
Esforcei-me por manter o sorriso na tua mão, o teu cheiro, o teu toque.
A ideia de acordar sem ti no Natal é devastadora.
Não há Pai Natal.
Levanto-me cedo para expulsar os demónios.
Em vez de paz, tenho gritado ao longo de quilómetros, em muitas cidades.
Estou tão cansada e esta viagem parece-me interminável.
Não procuro ajuda.
Lutar é algo que não me é familiar.
Deixaste um abismo e eu estou presa por um fio.
Estou curiosa, por isso espreito para o abismo.
Não dou nada como certo.
Até respirar me custa. A asma é uma ditadora frequente.
Muitas vezes oiço os meus angustiantes murmúrios antes de os sentir.
O som lancinante trespassa a música do meu walkman.
A minha angústia rebenta.
Sinto um nó na garganta.
Respiro com dificuldade, Estar imóvel não me dá qualquer conforto..
Sinto-me desconfortável na minha própria pele.
Sou uma caracoleta sem casca.
Tento refugiar-me na segurança do esconderijo."

Danielle Steel

domingo, 21 de março de 2010

Uma imagem, uma canção


Uma imagem vale mil Palavras

O dia apresentou-se cinzento como tem sido a sua cor nestes últimos dias, um daqueles dias em que chove e faz sol, e o cinzento azulado impera como cor única.

Não nego que adoro estes dias. Não gosto de muito calor nem de muito frio. Já não me apetece quando está calor estender a toalha na areia e torrar, passar o bronzeador (o enganador como lhe chamo) na pele com algumas areias a arranhar a pele frágil, branca a ficar levemente cor de rosa e o bronzeador com areia parece mais uma sessão de esfoliação na pele tentando retirar a pele morta, de certo vai ficar morta depois de um escaldão e esfregas e esfregas de bronzeador. Não tenho paciência para ouvir os gritos das crianças, que ficam irritadas com a água fria, mas só estão bem aos gritinhos dentro da água e as mães aos gritos para eles saírem da água, as bolas a serem constantemente atiradas para cima de mim quando menos espero. Não, praia não, só num cantinho onde não exista quase viva alma, onde eu possa estender-me á vontade, molhar-me quando me apetece, tirar a roupa para não ficarem as tiras brancas misturadas com o laranja da pele, parecendo um quadro pintado á pressão.

Não gosto do frio, ter que vestir camadas de roupa, o carro não quer pegar de manhã, o vidro cheio de gelo, que aborrecimento esqueci-me da garrafa de água, olho para trás dos bancos e sinto-me melhor, pois existem algumas 6 garrafas de água entre 1,5l e 0,5l, que alívio, lá despejo a água, mas o frio teima em deixar os vidros quase na mesma. Enfim, as mãos geladas, o carro lá pega, bem sabia que precisava de velas, não me posso esquecer de telefonar ao mecânico, e o tempo para lá ir, bom algo se há-de arranjar, o frio do ar quente para não embaciar os vidros teima em não ficar quente, demora como se não tivesse pressa e ainda estivesse no primeiro sono. Refilo, chateio-me com todos, uns porque não fazem pisca outros porque fazem piscas a mais, e tudo devido ao frio.

Gosto mais de um dia cinzento azulado, até as gaivotas voam ao sabor do leve vento.

AnaBorges




quinta-feira, 18 de março de 2010

DIA DO PAI (ao meu Pai que já está lá......)


DIA DO PAI
19 DE MARÇO DE 2010

Nós sabemos, eu e tu, que datas não tem muita importância e que não somos muito dados a isso. É verdade.
Tu, infelizmente ou felizmente fazes anos, já não fisicamente ao nosso lado, mas nós espiritualmente lembramos sempre o teu dia que é o dia do nascimento de Jesus, 25 de Dezembro, o ano nem vou dizê-lo, honestamente teria que ir procurar o teu BI para ter a certeza, mas como para mim terás sempre a mesma idade, o ano não importa.
Foste embora muito cedo, muita coisa ficou por dizer entre nós e muita coisa dissemos, mas não chegou.......
Passamos os teus últimos dias aqui neste mundo, juntos, não falávamos porque infelizmente não o podias falar, mas entendia-mo-nos pelo olhar, como sempre o fizemos, aprendi contigo que as palavras nem sempre dizem tudo mas um olhar diz tudo e mais alguma coisa e sempre o fizemos.
Tive a sorte ou o azar de te dar o ultimo beijo e mentir-te. Essa mentira tem-me custado muito, primeiro porque tu sempre tiveste confiança em mim (de vez em quando "vasculhavas-me" a carteira, á procura de tabaco, para saberes se eu fumava) eu sabia o que procuravas e ficava triste porque eu dizia-te que não e tu ficavas na duvida, mas eu nunca fumei e mais tarde tu entendeste, assim como eu entendi quando fui mãe que é mais forte do que nós e temos que "vasculhar" mesmo tendo quase a certeza que os filhos estão a falar verdade.
Hoje, como mãe, entendo as preocupações que tiveste como pai, e perdoo-te teres tentado seres feliz, mesmo sabendo que isso doeu muito, para mim e para a mãe e Gi, principalmente para a mãe pois tu eras o suporte dela, mas nós não podemos estar presos aos outros sem sentirmos a nossa própria felicidade, tu não eras feliz e não fazias feliz quem estava a teu lado. Mas só quando se passa por situações parecidas é que nós crescemos e choramos por não ter-mos tido a coragem e a certeza do que sentiamos.
Para te ter dito cara a cara o quanto te amava e o quanto te compreendia.
Para ti Pai, com muito amor, da tua filha,
AnaBorges


domingo, 14 de março de 2010



Lindo, lindo, lindo. A beleza de uma simples ribeira de água, que no Verão é só um fio e agora está transformada numa força da natureza, capaz de levar tudo à sua frente.
Triste para alguns que está força leva tudo, mas belo para outros pela sua força, pela sua coragem de não olhar a meios para correr, andar no seu leito, não vale a pena desviarem-lhe a rota, ela encontra-a sempre.
Corre, não sei para onde vai ter........ leva com ela tudo o que encontra ........................



AnaBorges

PARABÉNS Á MINHA PRINCESA NOYA

PARABÉNS NOYA






Devia estar mesmo desleixada para deixar passar em branco um simples comentário ao dia 19 de Fevereiro de 2010, o dia em que a minha princesa Noya fez os seus 3 aninhos de vida, não o dia em que veio para o meu colo, mas o dia em que nasceu. Eu esqueci-me. Não tenho desculpa.


Acredito que terá sido por estar desde Janeiro todos os dias e noites ao seu lado e ela a meu lado, passou as dores e as lágrimas a meu lado. Dormimos muitas tardes no sofá, ela foi a minha companheira de todos os momentos e acredito que sentiu o que eu senti, porque quando as lágrimas chegavam aos meus olhos eu tinha o seu narizito encostado à minha cara e umas lambidelas como um lenço de papel enxugavam as lágrimas que saiam dos meus olhos. Ela sofreu a par comigo, era a minha confidente, e nunca saiu do meu lado.


Agora que já começámos a sair as duas, ela tem estado a adorar, até já deixa por umas molinhas na franja que já está muito comprida, já não tem o corte à Paulinho Bento, já dá para um puxinho, basta eu dizer vamos à rua, ela senta-se logo para eu a pentear.


É um doce esta minha cadela.
Parabéns NOYA por mais um ano de vida na nossa companhia. Sé peço um ano de cada vez, e que seja um ano com saúde como tens tido (tirando as birras sobre a comida), e que te sintas tão feliz como eu de te ter.







AnaBorges




segunda-feira, 1 de março de 2010

A Preguiça

Hoje estou naqueles dias em que não me apetece fazer nada, a preguiça instalou-se em mim como se eu lhe tivesse dado permissão. Abusou de mim, e eu comodista como estou, deixo-a estar até ela se cansar ou eu dizer BASTA.

Só vou escrever uma frase que gostei de ler, ao pegar novamente no livro, notei que ela estava sublinhada (habito meu, sublinhar o que me leva a puxar pela mente com um lápis) e esta estava sublinhada, e diz assim:

"Com o tempo, você vais percebendo que para ser feliz com outra pessoa, você precisa, em primeiro lugar, não precisar dela" Mário Quintana um poeta gaúcho.




AnaBorges

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

O Túmulo da Família de Jesus



O Túmulo da Família de Jesus

" TÚMULO DA FAMÍLIA DE JESUS conta-nos a história de um dos maiores achados arqueológicos dos nossos tempos – a descoberta do túmulo da família de Jesus de Nazaré. Depois de um bulldozer ter, acidentalmente, chocado com um túmulo durante a construção de um complexo habitacional nos subúrbios de Jerusalém em 1980, arqueólogos das Autoridades de Antiguidades Israelitas foram imediatamente chamados à cena. Já lá dentro, os arqueólogos encontraram dez ossários. Seis deles continham inscrições: Jesus, filho de José; duas Marias e Judas, filho de Jesus.
A equipa concluiu que o invulgar grupo de nomes não passava de uma mera coincidência. Depois de removidos e catalogados os ossários, o túmulo foi abandonado para que os construtores pudessem terminar o trabalho.
Vinte e cinco anos mais tarde, Simcha Jacobovici, um jornalista premiado com um Emmy, conseguiu identificar estes ossários junto das Autoridades de Antiguidades Israelitas e decidiu investigar esta notável colecção de nomes. Simcha conseguiu localizar o túmulo original que, para grande surpresa de todos, permanecia intacto. Conseguindo acesso exclusivo ao mesmo, depressa percebeu que os arqueólogos que tinham passado antes pelo local não tinham reparado em provas vitais que fazem deste achado a descoberta de uma vida inteira.
Esta é uma história que conquistou a atenção dos media internacionais, levantando questões pertinentes sobre a história de Jesus. O «Jesus» e a «Maria» referidos nestas inscrições serão mesmo o Jesus e a Maria das antigas escrituras? Neste livro, os leitores são levados numa jornada fantástica: desde ficarem a conhecer algumas análises estatísticas, e fazerem uma viagem no tempo ao longo de dois milénios, podem também perceber o que se concluiu sobre esta questão a partir das análises de ADN e do patine encontrados nos túmulos. Ao lado do que aqui foi feito, um episódio do CSI parece coisa de meninos. O TÚMULO DA FAMÍLIA DE JESUS responde de um modo extraordinário a uma questão ancestral.
Numa arrebatadora combinação de história, arqueologia e teologia, este livro irá mudar o modo como pensamos em Deus, na religião e em tudo o que aprendemos sobre a vida e morte de Jesus."

Autores: Charles Pellegrino, Simcha Jacobovici

Para mim que sou agnóstica, sempre me fascinou a vida deste Ser que aprendi a respeitar desde pequena, mas sempre me surgiram questões sobre a sua vida sendo ele um Ser que vei para nos fazer como somos e à sua semelhança tinhamos que ter defeitos e virtudes como eles nos criou, como nos fez. Então esse Ser seria um Homem normal, porquê apontar-lhe tantas virtudes e tantos defeitos? apontar-lhe todo o bem e todo o mal? Este livro pode ser mentira, um mito, mas deu-me para pensar, para ir de encontro a ideias que existiam dentro de mim há já tanto tempo. Gostei, gostei mesmo muito.
AnaBorges


quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010




Tal como a fotografia a "história" que vou passar para o écran também não têm nexo e além de não ter nexo não têm cor, têm apenas sentimentos, os sentimentos de quem as colocou e pintou.

A foto é minha. A "história" é minha e os personagens são fruto da falta de sono (imaginários).

A guerra levou-o cedo daquela aldeia, também só tinha duas hipóteses: ou ia para a tropa ou para a lavoura. Filho de Pais agricultores pobres, nada mais lhe restava do que continuar a cavar para a alimentação da casa e ajudar a juntar umas parcas moedas para o que fosse preciso, talvez para o casamento do irmão mais velho .... uh talvez não, esse já estava em vias de emigrar, talvez então para a irmã que sendo a mais nova estava quase casadoira, já bordava o que queria dizer que já andava a tratar do enxoval, quem sabe, o filho do tio Zé da Tasca era da mesma idade e até diziam que era bom rapaz. Mas ele não se metia nisso, tinha outras ideias, quando levava as ovelhas e as cabras para o monte, sentia um ódio aquela prisão, aquelas serras que ladeavam o vale, queria fugir dali o mais depressa possível.
Chegou o dia em que foi colocado o papel na porta da Igreja para que os moços com 18 anos se apresentassem para irem ao Quartel da cidade a que pertencia a aldeia para irem às Inspecções. A alegria estava-lhe estampada no rosto, enquanto outros choravam, ele sorria de alegria, finalmente ia ser livre, ia conhecer outros lugares.
E assim foi, partiu para as Inspecções, ficou apurado pois o moço tinha bom físico e até tinha feito a 4ª classe com Excelente.
Não voltou mais à Terra. Passado o tempo necessário para a Recruta foi logo encorporado e embarcado para o Ultramar, primeiro a Índia, depois Moçambique, Angola e finalmente Guiné. Enquanto cumpria o serviço militar em Angola, ficou colocado na cidade.
Luanda um deslumbre para quem durante tantas comissões só via mato e pretos (sem ofensa), ali via mulheres bonitas, de mini-saia, calções e até quase nuas na praia que deleite para os olhos de um jovem moço agora já trintão, mas ainda bonito, porque ele era bonito, tinha o cabelo louro e os olhos verdes parecia um estrangeiro, ainda se lembra de quando vivia na aldeia, o chamarem "Ó Russo", mas isso já lá ia.
De vez em quando ia escrevendo umas cartas aos Pais, mas sabia que não eram eles que as liam, era a irmã, já casada com o filho do Tio Zé da Taberna e Mãe de cinco crianças, na volta lá vinha a novidade e uma fotografia de mais um sobrinho. Lentamente as cartas passaram a postais, é certo que por detrás ainda iam as novidades da guerra, mas as letras e as novidades foram começando a decrescer.
Os colegas falaram-lhe em tom de brincadeira que ele já estava na altura de arranjar uma Madrinha de Guerra, ora ele já tinha ouvido eles rirem-se quando chegava o correio e eles gritavam: "Então ó Manecas, que diz a tua???, quando é que casas com a moça, por este andar ainda vai para freira" e riam-se. Ele que via a tropa como uma coisa muito séria tão séria que já tinha feito o Liceu e passado a Furriel, que Honra, e agora ainda não tinha perdido a esperança de chegar a Sargento, não se podia dar ao luxo de perder tempo com mulheres. Mas como tudo na vida as coisas acontecem e o Sargento, já velhote naquelas andanças, já com anos e anos de comissões, até que gostava daquele rapaz, sempre farda aprumada, botas a brilhar, sempre tudo muito bem feito, o tempo livre passava-o a ler, até que não era um mau partido.
Chamo-o e disse-lhe o mesmo que os colegas lhe tinham dito, mas dizendo que sendo ele um rapaz às direitas e querendo subir na tropa não era uma rapariga de um anúncio de revista que lhe servia, ele tinha uma sobrinha, coisa fina, também tinha a 4ª classe e vivia na cidade, estava a "estudar" para modista, era um bocadinho mais nova que ele mas pouca coisa. De maneira que por respeito ao "meu Sargento" o rapaz não foi capaz de dizer que não estava interessado.
Lá começaram a escrever-se. Primeiro as cartas foram chegando lentamente, depois mais juntas até que começaram quase a chegar todos os dias, quase sempre acompanhadas por fotografias tanto da parte dela como dele. Realmente ela era linda, e ele sem nunca se ter apaixonado começou a estar à espera do correio todos os dias e sentia que quando não chegava uma carta ficava macabuzio todo o santo dia, não havia ninguém que o aturasse. O Sargento começou a notar, chamou-o e disse-lhe que o que ele sentia era amor e que o melhor era casarem, pois a idade já começava a pedir filhos. Mas ele não queria deixar a tropa, isso é que era um desgosto. Mas o Sargento descansou-o dizendo-lhe que casavam na mesma, ele lá, e ela na Metrópole, e depois ela iria ter com ele.
E assim foi. Casou na Messe dos Sargentos, com os Colegas todos a assistirem, o Padrinho claro está foi o sargento, e o Capelão casou-o, perante os olhos da cruz.
Mas nem ele nem ela chegaram a provar o gosto do amor frente a frente, olhos nos olhos, porque ele foi comemorar a festa do seu casamento para a praia, para a Ilha de Luanda onde nunca tinha estado para não ser tentado por aquelas mulheres quase nuas, mas agora que já tinha a sua Mulher que lhe interessavam as outras, ela iria chegar passado 2 dias, mas sina das sinas ele desapareceu no mar e nunca mais foi visto, e ela quando ia a chegar ao Aeroporto tão feliz por ir ter com o seu Marido e tão triste por deixar na Metrópole os Pais e o resto da Família de quem nunca se tinha separado, ao atravessar a rua foi colhida mortalmente por um Táxi, sem saber um do outro ambos morreram, separados em vida e unidos na morte sem chegarem a pronunciar o nome frente a frente.
Hoje, encontram-se 2 campas no cemitério uma ao lado da outra, como se vivessem para sempre unidos na morte quando em vida nunca se encontraram.

AnaBorges

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

DEUSA DE OLHOS VERDES





Yara, ou María Lionza, como era conhecida mais tarde, foi uma princesa indígena. Ela era filha de Yaracuy, o chefe da tribo Nivar, a neta do chefe Chilua e bisneta do Chefe Yare, todos eles grandes guerreiros e líderes.
O nascimento de María Lionza deverá ter ocorrido por volta do ano 1535 no estado que hoje tem o nome de seu pai. Yaracury
O xamã do vilarejo já tinha previsto antes de Yara nascer de que, se fosse uma menina e nascesse com estranhos lacrimejantes olhos verdes, ela teria de ser sacrificada e oferecida ao Mestre das Águas, o Anaconda Grande, porque se não ele levaria a ruína e a extinção da tribo Nivar.
No entanto, seu pai foi incapaz de sacrificá-la e assim escondeu a menina numa caverna da montanha, com 22 guerreiros a vigiá-la e impedi-la de sair.
Ela também foi proibido de olhar para sua imagem refletida na água.
Mas um dia, seus guardas foram misteriosamente posto a dormir, e a menina bonita que saiu da caverna e caminhou até uma lagoa, onde olhou para a água e viu o seu reflexo pela primeira vez.
Cativada pela sua própria imagem, ficou fascinada pela sua própria imagem sendo incapaz de se mover, mas a sua presença despertou o Mestre das Águas, o Anaconda Grande, que emergiu das profundezas, caiu no amor ao ver a menina, e aproximando-se tentou levá-la com ele.
Sempre resistindo, a menina não conseguiu e a sucuri a engoliu, mas logo começou a inchar, forçando a água para fora da lagoa, inundando a aldeia e o afogamento da tribo.
Em 2004, a famosa estátua de María Lionza em Caracas, na Venezuela, de repente rachado na cintura, caindo para trás e deixando a deusa olhando para o céu, braços estendidos. Ele fez o noticiário internacional e havia muitas pessoas supersticiosas, como o que tinha acontecido.
Mito, lenda ou verdade, a figura de María Lionza vive no folclore venezuelano como uma mulher forte e poderosa. Abaixo letras traduzidas em Inglês * de uma canção sobre ela, chamada de "María Lionza" pela Central músico norte-americano, Rubén Blades (Panamá).

Nas montanhas da Sorte em Yaracuy
uma deusa vive na Venezuela
vive nas montanhas da Sorte em Yaracuy uma deusa viva
uma rainha nobre de grande beleza e de bondade
amada e iluminada pela natureza da caridade
e suas paredes são feitas de vento
com telhado feito de estrelas
a lua, sol, céu e as montanhas seus pares
riachos e flores de seus mensageiros

O salve a rainha D. Maria Lionza
Venezuela leva para Onza e está cuidando
e irá garantir a sua terra inteira da Guajiro de Cumaná
se preocupa com o destino dos latinos vivem juntos em liberdade e
Nas montanhas da Sorte em Yaracuy na Venezuela!

Maria Lionza faz-me um milagre e um ramo de flores vou trazê-lo para você
um buquê de flores brancas que a pureza de sua bondade

Maria Lionza faz-me um milagre e um ramo de flores vou trazê-lo para você,protege todas as pessoas encontradas no caminho

Maria Lionza faz-me um milagre e um ramo de flores vou trazê-lo para você,seja qual for o custo para a estrada do leste trarei

Maria Lionza faz-me um milagre e um ramo de flores vou trazê-lo para você,cuidar dela e vai da Venezuela à Cumaná Guajiro

Maria Lionza faz-me um milagre e um ramo de flores vou trazê-lo para você,foi no rio que viu o Guanaguanare Coromoto que brilham

Maria Lionza faz-me um milagre e um ramo de flores vou trazê-lo para você,ela é a rainha que ama as pessoas que ela é a deusa mais popular

Maria Lionza faz-me um milagre e um ramo de flores vou trazê-lo para você,flores para o seu altar vou te trazer Dona Maria

Maria Lionza faz-me um milagre e um ramo de flores vou trazê-lo para você, Tabaco, aguardente, rapé e espíritos e a cerimônia vai começar

Maria Lionza faz-me um milagre e um ramo de flores vou trazê-lo para você, nos despedimos com uma saudação de Porto Rico e Panamá

* Esta foi traduzido automaticamente usando o Google Language Tools-Peço desculpas por quaisquer erros na tradução.
de História →, Religião, Venezuela

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

PARABÉNS PARA A MINHA MÃE




Palavras para a Minha Mãe

mãe, tenho pena. esperei sempre que entendesses
as palavras que nunca disse e os gestos que nunca fiz.
sei hoje que apenas esperei, mãe, e esperar não é suficiente.

pelas palavras que nunca disse, pelos gestos que me pediste
tanto e eu nunca fui capaz de fazer, quero pedir-te
desculpa, mãe, e sei que pedir desculpa não é suficiente.

às vezes, quero dizer-te tantas coisas que não consigo,
a fotografia em que estou ao teu colo é a fotografia
mais bonita que tenho, gosto de quando estás feliz.

lê isto: mãe, amo-te.

eu sei e tu sabes que poderei sempre fingir que não
escrevi estas palavras, sim, mãe, hei-de fingir que
não escrevi estas palavras, e tu hás-de fingir que não
as leste, somos assim, mãe, mas eu sei e tu sabes.

José Luís Peixoto, in "A Casa, a Escuridão"

PARA TI MÃE, TAL COMO SOMOS DUAS PERFEITAS DESCONHECIDAS E CONHECIDAS, UM BEIJO DE PARABÉNS, QUE AINDA OS FAÇAS PARA O ANO.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

HAITI




Não existem palavras para descrever o que se passou, o que se está a passar e o que se irá passar no Haiti. Para mim que me encontro aqui, sentada numa cadeira com o computador á frente, impotente, como tantos outros, não sei se devido à minha própria inércia, se devido às burocracias, se devido ao que se iria passar quando voltasse se voltasse, e tivesse a consciência que tinha ajudado alguém, sentir-me-ia bem comigo própria, mas depois, que se seguiria?????? Como iria sobreviver????? Juntar-me-ia aos sem-abrigos????? Seria mais uma à porta dos Centros de Emprego?????
Será isto inércia, ou será pensar em não ser um peso para mais ninguém?????
Já existem pessoas próprias para isso, Esse é o seu trabalho, a sua missão, confesso que gostaria muito de puder tirar e agarrar uma criança, um velho dos escombros um ser humano ou até um cão sentir-me-ia feliz, mas agora que vi de perto a passagem para o outro lado sem ter comprado bilhete e tive de estar dependente do meu marido para quase tudo e, ainda me sinto "prisioneira" numa prisão que gosto e me sinto bem, apesar de a paisagem começar a cansar e eu começar a sentir-me inútil, mas se me esforço dou por reconfortante a cama ou o sofá, porque as costas, as costelas e a anca agradecem e eu esqueço-me logo da paisagem, da prisão e só me lembro do meu carro que faz quase um mês que nunca mais o vi, e lembro-me que mesmo não tendo feito a passagem para o outro lado esta vai-me sair muito cara, é o que faz entrar em locais sem bilhetes, as multas são sempre muito pesadas.
Por colocar estas coisas nos pratos da balança, sinto que o que tenho a fazer é tratar bem os que estão a meu lado e deixar que os que estão longe sejam tratados por quem sabe.

Bom trabalho e que estejam sempre acompanhados pela Fé.

O Mestre esteja com eles.

AnaBorges

domingo, 17 de janeiro de 2010

LHASA DE SELA





Lhasa de Sela é uma cantora e compositora canadense que vivia entre o México e os Estados Unidos e agora vive no Canadá.

Começou a cantar num café grego, em San Francisco quando tinha treze anos. Aos dezanove anos mudou-se para Montreal e cantou durante cinco anos em bares, onde desenvolveu material para fazer o seu primeiro álbum “La Llorona” lançado em 1997. “La Llorona” que é uma mescla de canções tradicionais da América do Sul com canções originais, está fortemente influenciado pela música mexicana, mas também de música cigana do Leste Europeu AMD rock alternativo. O álbum foi lançado pela gravadora independente Montreal Audiograma e trouxe-lhe muito sucesso, incluindo o Prémio Félix de "québécois Artiste" - musique du Monde "em 1997 e o “Juno Award para Melhor Artista Mundial” em 1998.

Depois da turnê na Europa e América do Norte há alguns anos atrás, Lhasa deixou a sua carreira de cantora em 1999 e mudou-se para França onde se juntou às suas três irmãs num circo / companhia de teatro chamada Poncheros. Chegou a Marselha, onde novamente começou a escrever canções. Retornou a Monteral para produzir o seu segundo álbum “The Living Road” que foi lançado em 2003. Enquanto “La Llorona” tinha sido escrita e cantada integralmente em espanhol, “The Living Road” inclui canções em Inglês, Francês e Espanhol. Uma excursão de dois anos seguidos lançando o álbum "The Living Road" tendo ela e seu grupo dado a conhecer a sua voz nas suas actuações ao vivo em dezassete países.

Ela foi uma das cantoras convidada a acompanhar o Tinderstick's às vezes, em Hurts fora de seu álbum “Waiting for the Moon” mais tarde juntou-se à cantora dos Tinderstick de Stuart Staples para um dueto na faixa "That Leaving Feeling" encontrada no seu álbum “Leaving Songs”.

Também apareceu como convidada nos álbuns de cantores franceses Arthur H e Jérôme Minière, e ao grupo francês de música cigana Bratsch.

Lhasa recebeu o BBC World Music Award para a Melhor Artista das Américas em 2005.

O meu obrigado a:
"Artemetrajes
29/3/2008 "



"LHASA de SELA morreu aos 37 anos vítima de cancro da mama. Conhecida como a cantora nómada, Lhasa de Sela morreu no dia 1 de Janeiro de 2010, na sua casa em Montreal, no Canadá. cidade para onde se tinha mudado há vários anos. Segundo o seu agente, a cantora mexicana não resistiu à doença, depois de "21 meses de combate com coragem e determinação".
Durante a sua carreira, Lhasa de Sela editou três albúns e vendeu mais de um milhão de cópias em todo o mundo. A cantora actuou várias vezes em Portugal."
in revista LUX



Tive o gosto de ir ouvir uma voz vinda de um nome que nada me dizia, ainda por cima, um nome diferente, bonito até. Isso devo ao meu marido, que como sabe bastante de música tem sempre um bom gosto (às vezes, nem sempre se têm saído bem, mas tem sido poucas as vezes, neste momento só me lembro dos cantores de Tuva, que sinceramente talvez também a culpa tivesse sido minha que estaria com pouco ouvido nesse dia) e conhece muito melhor todos os tipos de música e já começa a conhecer o que eu gosto, e gosta que eu conheça coisas novas, aprecio isso nele. Obrigada.

O Teatro Gil Vicente estava cheio, senti-me apreensiva, mas como tenho gostos variados, fiquei naquela .......
Surgiu no palco uma figura jovem, bonita, simples, simpática, vestido preto, e cabelos compridos sem maquilhagem nenhuma. Um gesto lindíssimo, antes de cantar qualquer canção explicava o porquê dela existir e depois surgiu uma voz maravilhosa que me fez comprar os três álbuns dela.
Pena ter ido tão cedo, voz de anjo.

AnaBorges