terça-feira, 16 de abril de 2013


Voltei a sonhar contigo. Não sei o que se passa mas de vez em quando voltas a mim. Já lá vão alguns anos, já partiste há alguns anos, mas dentro de mim deixaste pedaços de uma vida que vivemos, uma vida curta, apenas uns anos, mas muito fortes, cheios de esperança, cheios de promessas. Quanto tempo passámos a olhar-nos de longe, simples troca de olhares no meio de tantas pessoas, pessoas que viviam conosco, pessoas que se colocavam no meio de nós e não deixavam que o nosso amor se mostrasse ao mundo, com toda aquela força, aquela grandeza. Afinal o nosso amor não deveria ser tão forte que não aguentou tantas pressões, e abandonou-se á tristeza, chorei, tu também deves ter chorado, separámo-nos, afastámo-nos e tanto que tinhas prometido fazer ficou por fazer. Até a morte te levou de mim.
E tens noites que voltas para o aconchego dos meus braços, e depois de fazermos amor, adormecemos agarrados um ao outro como se nada nos pudesse separar.
Acordo triste, não gosto de sonhar com coisas que tive nas mãos e fugiram, amores não vividos, mas sempre tão presentes.

Que estejas em Paz, embora eu não acredite, foi tão dolorosa a partida e eu só te vi quando ias já a caminho do eterno onde esperarás por mim, eu sei que sim. Deixámos tantas coisas por fazer, tantas palavras por dizer, tantos beijos por dar........

Ana




sexta-feira, 12 de abril de 2013

Reviver




Hoje resolvi dar uma volta pelo meu blogue. Que viagem, seis anos e qualquer coisa a escrever. Não importa que o que está escrito seja de boa ou má qualidade, não interessa quantos comentários houve, interessa-me muito as pessoas que não conheço nem nunca cheguei a conhecer terem lido, isto a que chamo de diário, terem colocado o que este ou aquele post lhes dizia, ou chamava á atenção.





Não me arrependo de nenhum post, foram todos sentidos, honestos e escritos sem a preocupação de ser uma escrita elaborada, com laivos de escritora, não, fui eu mesmo, fui eu que coloquei as fotos que gostava, e achava que ficavam bem neste ou naquele post, as músicas que achava que encaixavam neste ou naquele post, enfim, sempre pensei que um dia destes iria parar e ler o meu blogue e que iria odiar algumas passagens que nele coloquei, mas não, adorei lê-lo, cresci, tornei-me numa pessoa muito menos amarga, uma pessoa que encara os desafios da vida como dádivas de crescimento interior, sinto-me muito melhor comigo própria e com os outros, mais tolerante, não tão teimosa.












Obrigado a todos os que passaram por aqui e deixaram a sua marca em simples palavras. Não é um adeus, é um continuar, é um crescer continuo, até que doam os dedos.
Beijos a todos.

Ana Borges



quarta-feira, 10 de abril de 2013


Uma simples manhã









Acordei virada do avesso.
Não me apetecia levantar, a chuva batia na janela como a convidar-me para me enroscar no quentinho da minha cama,





e eu dei mais uma volta e eu fechei os olhos, e o barulho da chuva adormecia-me lentamente, mas o despertador voltou a tocar,





e entre o bem bom da cama e o bom senso, lá me levantei sempre a resmungar, nem eu sei bem contra quem, se calhar para todos e para niguem.
Frio, levantei-me com frio, fui ligar a máquina do café,






e já na casa de banho, abri a torneira de água quente no máximo meti-me lá dentro, a casa de banho parecia um banco de nevoeiro, e eu estava vermelha, quase um escaldão, e a água corria por mim, tentando por-me o astral em cima, mas nem assim. A custo sai do banho e esfreguei-me com violência nas costas, no cabelo, nos braços, nas pernas, como se isso me acordasse, mas eu continuava dormente, embrulhei-me no roupão e fui tomar um café,



 



talvez o cheiro do café me tivesse despertado e avisado que estava mais do que nas horas de me arranjar e caminhar para o meu ganha pão, e assim passou uma hora de um dia em que acordei virada do avesso.