Um Blog bem disposto, que é Livre, é Honesto, e como tal, se não reune essas condições, não entre. Não se aceitam anónimos, só perante certidão de registo de nascimento.
Hoje o post era para ter sido mais "profundo", era dirigido para todos os "sozinhos" neste mundo, mas era sobre uma só pessoa, uma sozinha, eu sei que neste mundo existe milhares de pessoas como ela, mas ela é especial para mim, e eu nem sei bem porquê.
Mas ficará para outro dia em que me sentirei mais confiante nas palavras que irei escrever.
Hoje estou "sem cabeça" para pensar muito, tenho dentro dela uma enxaqueca, que se apaixonou por mim e não "me larga" e eu já não consigo fazer nada para a mandar embora, já lhe disse as piores palavras que se podem dizer, mas ela, a enxaqueca, adora-me, não consegue viver sem estar presente todos os meses dentro de mim.
É revoltante......
Ao desfolhar velhos papéis, deparei-me com o poema de Álvaro de Campos que adoro, e por isso mesmo o tinha tão guardado, mas resolvi partilhá-lo, por isso aqui vai.
Todas as Cartas de Amor são Ridículas
Todas as cartas de amor são Ridículas. Não seriam cartas de amor se não fossem Ridículas.
Também escrevi em meu tempo cartas de amor,
Como as outras, Ridículas.
As cartas de amor, se há amor, Têm de ser Ridículas.
Mas, afinal, Só as criaturas que nunca escreveram Cartas de amor É que são Ridículas.
Quem me dera no tempo em escrevia Sem dar por isso Cartas de amor Ridículas.
A verdade é que hoje As minhas memórias Dessas cartas de amor É que são Ridículas.
(Todas as palavras esdrúxulas, são como os sentimentos esdrúxulos, São naturalmente Ridículas).
"Onze Estrelas Para Ti", narra a história de Ana, uma mulher dos nossos dias que perdeu os seus sonhos.
Um dia, atreve-se a perscrutar o seu interior e começa a encontrar respostas para as perguntas que havia formulado.
Ana abre as portas do seu coração e atreve-se a amar.
Começa, então, a compreender o seu passado, descobrindo profundos segredos e tomando consciência dos seus dons, que lhe darão a possibilidade de resgatar os seus sonhos perdidos.
No silêncio da sua concentração, o seu Anjo dá-lhe a Intuição do que necessita para ultrapassar os seus medos.
Aos poucos, a maravilhosa mulher que vive dentro de si desperta e decide reconstruir a sua vida.
Na verdade, ela descobre que ser mulher é um privilégio!
No seu íntimo, esta mulher sabe que o amor é o motor da sua vida e que pode começar de novo sem medos.
Autor: Marta Cabeza
Em Maio de 2001, tive que passar duas semanas em Lisboa, por motivos profissionais. Como não gosto de sair, e muito menos num sítio, que embora já lá tivesse vivido, era um Mundo muito diferente da pacatez da minha cidade/aldeia que é Coimbra, onde me sinto em casa. Precisava de um livro que fizesse voar o tempo o mais rápido possível.
Entrei numa livraria, para comprar esse tal livro que me fizesse chegar o sono rápidamente, e como tenho sempre o hábito de ler um pouco sobre qualquer livro antes de o comprar porque sei que vou ler qualquer coisa que desperta em mim a vontade de o ler, e ao ler que a personagem se chamava Ana como eu, que andava á procura do seu Eu como Eu, não precisei de ler mais nada, aquele "era o meu livro".
Já passaram quase sete anos e "Onze Estrelas Para Ti" é o meu livro de mesinha de cabeceira, é um dos que procuro, quando preciso de tomar alguma decisão, quando preciso de saber se fiz bem ou mal.
Sento-me, abro em qualquer página e encontro a resposta que procuro ou a pergunta que devia ter feito e não fiz.
Tentarei sem data marcada, transcrever partes do livro, sempre que eu me sentir em baixo e o tenha ido procurar eu escreverei a parte do livro que me deu a tranquilidade que precisa, ou a palavra amiga que devia ter ouvido, ou o raspanete que devia ter levado ou dado, etc etc etc....
Nem sei bem como começar. Mas vou escrever a verdade, da forma que me for lembrando e me for apetecendo.
A fotografia é minha, teria talvez seis ou sete anos, não me lembro bem, sei que o que nunca vou esquecer, é que esta praia era a minha praia, "Praia D. Ana", a praia onde ia sempre de férias, e que o meu pai dizia: "Esta é a praia da minha princesa, até lhe mandei pôr o nome dela, Ana", e eu feliz, sentia-me uma verdadeira princesa, porque o meu pai tinha-me dado uma praia.
Foi uma infância muito feliz, eu era mesmo a princesa do meu pai, era assim que eu me sentia, e me senti até aos treze anos, altura em que a inocência deu lugar á triste realidade, e a princesa transformou-se na pobre coitada, não chamarei escrava, mas chamarei a pobre menina que viveu na hipócrisia, feliz, achando que o mundo era cor de rosa, mesmo quando chovia, as poças de água eram piscinas para mim, as nuvens eram desenhos feitos pelos anjos, o sol era o Rei que me dava calor. Não tinha medo, a trovoada para mim era sinal que o Senhor lá de cima estava zangado com alguém que se tinha portado mal.
Quando todas esssas ilusões desapareceram, eu tornei-me, fria, insensível, desacreditada, tudo para mim tinham sido meras mentiras. O meu castelo imaginário desabou e eu tornei-me numa criança/mulher.
Cresci rapido de mais, da criança/mulher, tornei-me na mulher/criança ... desilusão. A vida desiludiu-me, quando começei a tomar consciência do mundo, das pessoas, das mentiras, das hipocrisias, das "lutas" para serem melhores, de "pisarem" as pessoas para puderem ser aquilo que não conseguem ser, porque eles próprios não o conseguem ser naturalmente, porque dentro deles só existe maldade, querem mostrar que são pessoas de índole boa, quando o interior é tão mau.
E doeu muito, ter chegado a tão triste conclusão por mim própria, sózinha, sem ninguem me explicar, como "ver" quem merecia confiança e quem não merecia a minha honestidade.
Senti-me muitas vezes "gozada", por ser tão ingénua, e isso tornou-me numa mulher triste.
Desabituei-me de falar, com medo que o que dissesse não fosse correcto, e destestava o sorriso irónico e cínico das pessoas. Fechei-me numa concha, criei refugios, para conseguir sobreviver.
Até que chegou uma altura da vida, e eu parei, e ao parar senti que dentro de mim nascia uma força tão grande, que jurei a mim mesma que ia ser uma MULHER.
Recomecei o que tinha abandonado aos dessassete anos. E ao conseguir perceber que afinal eu também era "gente", eu também tinha mente, eu também tinha inteligência, e não era a burra que me tinham incutido durante tantos anos, e a força foi tornando-se cada vez maior. Recomecei quase do sítio onde tinha parado.
Passaram quarenta e tal anos desde que esta fotografia foi tirada. A menina cresceu, o pai morreu. A vida continuou e continua. As ilusões desapareceram, e a mulher de hoje já não é a menina de ontem.
A praia deve estar no mesmo local, eu é que nunca mais tive a "coragem" de voltar ao meu passado, á minha "praia" porque me recuso a lembrar memórias tão boas e tão más.
Se me vires cansada ... fora do caminho, quase sem forças para andar; se me vires a achar que a vida é dificil porque já não posso, porque já não vou em frente, vem-me lembrar como é o início, vem-me desafiar com o teu desafio.
Move-me a alma devolve-me o impulso conduz-me a mim mesmo.
Eu saberei acender a minha lâmpada na escuridão, no vento frio, voltarei a ser fogo a partir das brasas quietas, que acenda e reviva o meu andar peregrino. Volta a sussurar-me aquela ordem desde o primeiro passo para um princípio.
Mostra-me a garra necessária para eu me levantar do chão.
Se me vires cansada, fora do caminho, sem ver mais espaços que o dos abismos, lembra à minha memória que também há pontes, que também há alas, que ainda não vimos.
Devemos seguir armados de fé e de bravura, e seremos sempre aquilo em que acreditamos. Que somos guerreiros da vida plena, que tudo nos guia para o nosso lugar, que num primeiro passo, e num novo empenho, nos conduz de modo a não sermos vencidos.
Que a árvore se dobre, se agite, estremeça, perca as folhas e torne a brotar, mas permaneça erguida, porque o único trecho que está mais à frente é aquele que cobre o nosso pé estendido.
Se me vires cansada, fora do caminho, solitária e triste, quebrada e ferida, senta-te do meu lado, toma as minhas mãos, entra pelos meus olhos até ao meu esconderijo ... e diz-me ... É possível! E insiste, é possível! até que eu entenda que posso.
Que a tua voz desperte, a partir da tua certeza, e que pelo cansaço ficou adormecido. E talvez, se quiseres, empresta-me os teus braços para incorporar-me, nova e decidida. Porque a união é triunfo quando seguimos ombro a ombro com o mesmo brio.
Se me vires cansada, fora do caminho, leva o meu olhar para o teu caminho. Faz-me ver as pegadas, que lá estão marcadas, um passo atrás do outro por onde vieste.
E virá contigo uma madrugada, a voz insistente para um novo começo, que abrirá outro rumo porque ... Sim, eu acreditei! ... que é sempre possível! ... é possível ...
Para as pessoas em geral, o amor é tao importante que recorrem a tudo ao seu alcance, quando se trata de atingir seus objetivos, conquistando a pessoa que cativou seu coraçao ou é objeto de sua adoraçao, já que o amor exagerado tende ao endeusamento da pessoa amada, pondo-a num pedestal onde é adorada.
A graduaçao do amor parece ser feita de uma escala que nunca chega a um ponto final. Cada pessoa tem a sua forma de amar e de manifestar seu amor. Gostar, querer, amar, adorar, idolatrar e venerar sao apenas alguns dos verbos que descrevem essa graduaçao, que pode chegar a níveis desesperadores, próximos da loucura, quando esse sentimento foge totalmente ao controle.
Mas, ainda chegando ao exagero, o amor continua sendo o amor, matéria prima dos poetas e escritores do mundo todo, dos românticos, dos mágicos, feiticeiros e bruxos, que se dedicam ao assunto para enaltece-lo, para torná-lo realidade e até para destruí-lo.
Nas simpatias existem milhares e milhares de receitas para todas as necessidades e para todos os fins, levando para os que se amam consolo, soluçao e resposta para suas dúvidas, ansiedades e sofrimentos. A garantia da felicidade pode estar numa prática simples. Vale a pena tentar. Cada mulher e cada homem deve aceitar o amor, quando ele surge, como quem o sente pela primeira vez. Se é inexperiente, deve aprender com isso. Se já tem experiencia no amor, deve ir buscando novas descobertas e, ao mesmo tempo, cuidando-se para nao repetir erros do passado, mas apenas os acertos anteriores. Isso é importante? Sim, porque o verdadeiro amor, a cada dia se renova. Ele nao se esgota em si mesmo, mas vive dinamicamente, em constante mutaçao. Cabe a cada um fazer com que essas melhoras sejam positivas e compensadoras. De outra forma, deixa o amor de existir e de ser fonte de prazer, alegria e felicidade.
Algumas palavras nao deveriam existir no vocabulário dos amantes. Sao elas, por exemplo: pressa, intolerância, desconfiança, desrespeito, mentira, estupidez, agressao e outras. Palavras negativas como essas apenas abreviam a duraçao de um relacionamento, que poderia se estender indefinidamente, sempre renovado.
O ideal seria que cada casal considerasse o dia como o primeiro dia de suas vidas juntos, tornando-o especial. Nada de se preocupar com o futuro ou com o que a vida pode lhes trazer. Apenas viver o dia presente, como se fosse o primeiro dia de seu amor.
Esta é, com certeza, a maior de todas as simpatias, para aqueles que amam sinceramente