quarta-feira, 10 de junho de 2009

DESCOBERTAS .........



Descobertas???......

Vale uma ida a um Shopping, numa tarde sem nada na mente a não ser ver as montras, ver as novidades, ver as pessoas (coitadas parecem formigas apressadas), uns sem nada nas mãos, outros com alguns sacos de compras, mas todos com um ar de pressa, passo muito apressado como se o mundo fosse acabar amanhã e essa é a unica certeza que ninguém sabe ..... quando o mundo acaba.
Cansada de ver tanta canseira entrei na FNAC, passo a publicidade, e deambulando por entre prateleiras de CD's deparo-me com este CD, especialmente este. Estanquei, preplexa, e revi-me na mocidade mal vivida e digo mal vivida porque foi vivida com a igual rapidez das pessoas que eu tinha acabado de observar e me tinham cansado com a sua rapidez no modo de viver o dia, o momento, e afinal eu tinha vivido do mesmo modo e nem me tinha apercebido do que tinha perdido e que jamais recuperaria. Acho que passei uns bons momentos a olhar para a capa daquele CD e a lembrar-me dos meus poucos anos de mocidade e da passagem imediata a adulta, a mulher responsável, ter de fechar o espírito, o coração e as ideias da juventude num cantinho do meu coração e tentar esquecer-me delas para iniciar de imediato outras ideias outro espiríto e outro pensamento. Foi como fechar uma porta e abrir outra. Acto imediato.
Naquele momento abriu-se a gavetita onde eu escondi durante tantos anos a mocidade, onde muitas ideias, ideais, sonhos, que estavam guardados já restavam poucos a maioria tinha-se desfeito com o tempo e transformado em poeira.
Mas a música essa ficou, e o Conjunto Académico João Paulo veio comigo. E ainda me lembro de quase todas as canções. A música perdura no tempo e no nosso espiríto.




sábado, 6 de junho de 2009

Apologia á PAPOILA


Flor campestre tão bela não há. Sozinha passa despercebida quase nem se dá conta que ela existe, mas um campo de papoilas como este faz parar qualquer pessoa, pessoas como eu, com um misto de loucura e inteligência, lembra uma multidão gritando liberdade, lembra um campo de corações cheios de amor, lembra um campo de batalha onde jazem sangrando milhares de soldados lutando por causas que nem eles sabem, lembram bandeiras acenando gritos de liberdade e lembra-me logo "Catarina". Porque "Catarina" foi uma só papoila e o 25 de Abril foi um campo de papoilas.
Claro que o 25 de Abril e os cravos foi uma história aproveitada. É certo que o "que se viu" se deu na grande cidade onde não existem campos de papoila, e onde uma trabalhadora de um certo restaurante tinha ido ás compras e levava uns ramos de cravos para enfeitar as mesas do restaurante e quando viu aquele aparato perguntou o que se passava e lhe disseram que ia começar uma guerra ela pensou já não ia abrir o restaurante e começou a distribuir os cravos pelas tropas, isto não é inventado é a verdade da história dos cravos do 25 de Abril, mas seria mais puro ser uma papoila, o cheiro das cearas, da terra, do trabalho, o cheiro de "Catarina".


Culto á beleza


Já lá vão quase três anos que passo por aqui algumas vezes. Sempre que o trabalho a isso obriga, e fico sempre deslumbrada com a arquitectura deste edifício. Digo sempre para mim própria, vou parar o carro, e tirar uma foto, mas..................., do dizer ao fazer o tempo foi passando e a foto foi ficando por tirar. Mas, como tudo na vida, quem manda somos nós, desta vez, falei para mim própria alto e bom som e disse:
" Para o carro, encosta na berma, faz os piscas, tira a máquina fotográfica (minha aliada e companheira de todos os momentos, por isso a carteira pesa sempre mais, mas não faz mal, que se lixe o ombro), abre o vidro, e vamos a isso".
Pronto bastaram uns minutos, e o que durou três anos ficou feito em apenas alguns minutos, e ainda me "deliciei" a olhar para este edifício que é uma Igreja dedicada ao culto Mariano, mas que tem tanto de exótico, de belo, de tosco, um misto que me deixou ali "pendurada" na porta do carro, a olhar e perdi-me na contemplação e meditação de um edifício, não pelo fim a que se destina mas pela beleza que ele próprio me transmitiu durante este tempo que o tenho vindo a observar.