domingo, 3 de agosto de 2008

Ética e Dinheiro a quanto obrigas ........................






Não me apetece muito escrever o que tenho para dizer que é meu, porque neste momento acho que algumas pessoas poderiam "entender" e "achar" que eu não devia escrever, vou deixar passar mais um tempo e quando só algumas pessoas, poucas, entenderem o que escrevo então "explodirei" e o meu lado humano sairá cá para fora e terá o seu tempo de antena, sem perguntas, sem favoritismos, sem querer "poleiro" político, sem entrevistador, só eu e eu, magoe quem magoar inclusive eu própria.
Por isso, escolhi um poema do meu escritor favorito; triste, melancólico, realista, sem subterfúgios e principalmente directo.


"Não me juntem as mãos
Que ao céu não as ergo.
Não vou crer como bom cristão
Naquilo que não enxergo.

Sou como Tomé,
Como Maria Madalena
Mas tenho a minha fé,
Tenho o meu lema.

Um Ser perfeito,
Magnânimo, infinito
E cheio de amor no peito?
Oh, não acredito!

Mas caso exista
Um Deus tão terno
Por não querer nele
Não hei-de ir para o inferno.

Amar os outros e praticar o bem,
Partilhar com o outro que nada tem
- Eis o que defendo, o que me sustém
Mas lá no Alto não há ninguém.

É tanta a Religião,
É tanto o Deus!
Têm todos razão
Cristãos e Judeus?

Prefiro esta paz,
O meu cepticismo .....
E tanto me faz
Se caí no abismo.

Não preciso da Providência
Nem dos Evangelhos.
Tenho a minha consciência
Que me dá bons conselhos.

Atirem-me pedras,
Chamem-me herege!
Tenho às horas certas
Quem por mim reze.

Eu é que não rezo:
Não quero, não gosto!
Só por isso não mereço
Que me olhem no rosto?

Louvai o Deus-Menino,
Rezai o Pai-Nosso.
Eu sigo o meu caminho.
Vós... segui o vosso.

autor: Rogério Medeiros "Poemas sem Nome"

3 comentários:

joão marinheiro disse...

Gosto do poema, não conhecia o autor, não conheço para dizer a verdade.beijo deste lado do mar

Anónimo disse...

É bom saber que por detrás de tanto mar, ainda existe um tempo para ler a abelhaferrona e comentar. Gosto muito.
Este autor, é muito desconhecido, talvez por isso faça parte da minha pequenina biblioteca, não gosto de coisas muito lidas, gosto do desconhecido, porque tem poemas lindos, que são tristes como eu. Vou publicar mais. Promessa de Ana
Um favo de mel
Abelhaferrona

Anónimo disse...

Olá, Ana! Sou o Rogério Medeiros.
Obrigado por gostares da minha poesia e escolhê-la para publicá-la no teu blog.
Beijinhos.