quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Eu, tu e as outras



Apeteceu-me escrever, agora mesmo. Estava a ler um livro do Dr. Walter Dresel que é cardiologista na Universidade Oriental do Uruguai. Trabalha como homeopata e é fundador do centro de Medicina do Bem-Estar e do Centro de Liderança e Administração da Vida Humana.

Recebeu o prémio Cervantes do Uruguai em 2003 e o Prémio Quijote em 2004 também no mesmo País.


Adoro a escrita dele, e resolvi partilhar um pouco dela com quem quiser e estiver disposto a ler.


Num dos capítulos do livro "Toma café contigo mesmo", existe uma pergunta muito interessante, que penso que não haverá ninguém ou quase mesmo ninguém que nunca a tenha colocado a si próprio: "Será que eu mereço viver da maneira que estou a viver?"


"A MINHA VIAGEM À RECUPERAÇÃO"


No começo
eu duvidava que fosse possível
resistir até ao fim.
Houve tempos de ira,
dor, tristeza e sofrimento;
tempos em que eu me perguntei:
Porquê eu?


Mas um dia
houve um clarão de luz
e em seguida outro.
As nuvens começaram a abrir-se
e pude ver além delas.


Os momentos de alegria,
de me sentir segura,
foram-se somando mais
que os de melancolia.
Foram tecidas novas amizades;
a desolação, a falta de confiança no meu valor,
foram-se convertendo
em firmeza, em resolução.
Era como passar das trevas
para a luz, com uma nova sensação
de poder.


Agora compreendo que no meu passado há coisas
que não posso alterar;
o que posso é impedir que mandem
na minha vida e na minha felicidade.
Sei que esta parte da minha vida
jamais acabará totalmente,mas o lugar que ocupa na minha existência
é menos proeminente.
Comecei a permitir que outras ideias
povoem a minha mente.
Tenho um melhor conhecimento de mim mesma,
das minhas fragilidades e dos meus pontos fortes.
Já não temo impor limites.
Começo a desfrutar outra vez da vida
e a pensar no futuro.
Agora posso ver esse tempo todo
como ele foi:
um tempo de crescimento,
de descoberta de mim mesma,
de cura.


Texto de Anne Marie Edwards - escrito por Ana Borges



9 comentários:

Rato disse...

abelhaferrona, cá estou eu (quando digo isto lembro-me sempre do reclame do Brise!!) de visita à tua colmeia. Irei lendo em silêncio, e quando for caso também eu tenho um ferrão!!! ;)

abelhaferrona disse...

Não entendi o teu comentário, ou acho que não quero entender, não escrevo para dar ferroadelas, mas se os outros acharem que mereço, eu aguento.
Quanto ao reclame da Brise, julgo que as abelhas não cheiram mal, mas opiniões cada um tem a sua.
Eu nada tenho contra os Ratos, não me assustam, não metem medo, só me irritam quando estragam aquilo que não é para estragar, mas desculpo-os porque eles não passam de animais.
Acho que gostei da tua frase: "irei ler em silêncio...."
Um abraço, e obrigado por teres visitado a colmeia, para ti um favo de mel.
Ana

Rato disse...

abelhaferrona, as palavras têm sempre dois sentidos! o ferrão é astrológico!
e eu adorei o teu favo de mel!
;)

Gonçalo disse...

"Será que eu mereço viver da maneira que estou a viver?"

Claro que mereço, sou livre, tomo as minhas próprias opções, apenas tenho de assumir as suas consequências.
Caso não esteja satisfeito com elas, apenas terei de repensar, e colocar as mudanças no sentido pensamento-palavra-acção. Parece simples, ainda não o sinto assim, mas assim será, só pode:)
Bom fim de semana;)

abelhaferrona disse...

Olá Gonçalo.
Tive uns dias sem vir ao blogue, e não li os comentários. Tens toda a razão, a vida somos nós que escolhemos, o modo como a queremos viver. É certo que a vida coloca-nos obstáculos, cria-nos situações complicadas, põe-nos à prova para ver até que ponto é que somos nós que queremos, ou que deixemos que os outros queiram por nós.
Eu já atingi o patamar, em que escolho o caminho que quero seguir, umas vezes certo outras errado, mas é a minha escolha. Também irás atingir o teu patamar, e a tua força interior saberá conduzir-te ao local, às pessoas, ao que tu quiseres. Um conselho, nunca te preocupes com as consêquências. O que são consequências????? Punires-te, por que alguem achou que fizeste mal, ou porque tu achaste que não devias ter feito? porque os principios que te deram não te permitiam fazer, o que fizeste???? Não Gonçalo, nunca te recrimines seja pelo que for, um reikiano não faz mal, e se por algum motivo, acharem que sim, são os outros que acham, tu fizeste com a plenitude da consciência do acto que estavas a fazer algo, que te apeteceu, que te deu prazer. Segue sempre o teu coração. Quando tiveres dúvidas sobre qual o caminho a seguir, uma posição a tomar, então pára, tenta ficar sózinho, e tentar fazer uma pequena meditação e ouvir o teu coração, ele é o teu amigo, o único e verdadeiro amigo. Eu estou aqui para o que precisares, para te puder dar uma ajuda, uma palavra amiga, também já precisei, também me enganei e agora, já é complicado enganar-me, se me enganar é porque o desejei.
Um beijo
Ana

abelhaferrona disse...

"abelhaferrona, as palavras têm sempre dois sentidos! o ferrão é astrológico!
e eu adorei o teu favo de mel!
;)"
Desculpa ter transcrito o teu comentário, mas gosto de ler palavra a palavra, entender o que está por detrás de cada uma delas.
Eu sou por natureza brincalhona, adoro um humor, educado, soft, daqueles que me fazem dar uma boa gargalhada. talvez por isso eu me tenha metido com as meninas dos outros blogues e elas não entenderam, e acharam até que estava a ser malcriada. Não o sou, nem o seria para pessoas que não conheço. Quem me conheçe sabe que a honestidade é o meu forte. Erro por isso, mas sou mesmo assim e não vou mudar.
Talvez por isso, acho que mereçes a minha consideração, tentaste saber o que eu era, entre comas, o que revela que não fazes juizos errados, à priori o que revela uma pessoa correcta, isso demonstra um príncipio que a maioria das pessoas não sabem o que é.
Obrigado por comentares
Um abraço e um favo de mel
Ana

Gonçalo disse...

Até mesmo essas provas que precisamos na nossa vida são escolhas nossas, mesmo que inconscientemente, e são essas escolhas que nos fazem criar a nossa realidade e redescobrirmo-nos.
Não me preocupam as consequências dessas escolhas, mas quero estar bastante atento a essas consequências para perceber o grau de satisfação sobre as minhas escolhas, para perceber se as linhas condutoras são as mais correctas no caminho que estamos a seguir. Sou eu que julgo as minhas opções, considerando o meu grau de satisfação interior quanto a essas opções, por isso encaro com cada vez mais naturalidade a incompreensão que podem ter com algumas opções minhas, afinal de contas são minhas, sinto-me bem e isso é o mais importante:)
Uma semana em grande para ti***

Anónimo disse...

"Não me preocupam as consequências dessas escolhas"
Gostei muito desta frase. Gostei muito de te ler Gonçalo, afinal o jovem com quem eu falo, é um Homem, um Homem com ideias feitas.
Estou muito contente.
E não leves a mal, quando te chamo jovem, a nossa idade está na nossa mente não está no BI, eu pelo menos não consigo, por muito esforço que faça, mostrar a idade real, mostro a "minha" idade mental.
Mas gostei muito Gonçalo, acho que está com "garra" com uma força interior muito grande. Parabéns.
Ainda não me esqueci do cafézinho.
Bom Carnaval
Uma beijoca
Ana

Gonçalo disse...

Pelo menos força interior sinto que tenho, agora basta usá-la adequadamente na minha ACÇÃO, porque a transição pensamento-palavra-acção implica determinadas dificuldades.
Não me importo que me trates como um jovem, afinal de contas é essa a realidade, depois a idade mental cada um tentará perceber a sua;)
Beijinhos grandes e feliz Carnaval!