sábado, 19 de julho de 2008

PARA TODAS AS MÃES






Repara mãe;
Já não sou nenhum petiz.
Ver-me assim crescido
Não te faz feliz?

Ou traz-te à lembrança
Velhas recordações
- As birras que eu fazia,
as fraldas e os biberões?

Diz-ma mãe:
Deu-te gozo viver?
Alguma vez soubeste
O que é lazer?

Toda a vida trabalhaste
Para nós como uma escrava
E, dia após dia,
Eu nunca te elogiava.

Agora aqui estou,
Se me dás licença.
Mas tudo o que te dê
jamais te recompensa.

Perdoa-me mãe:
Não fui o filho ideal.
Mas também que querias?
- Não nasci no Natal!

Gostaria que fosses
Mais culta e liberal.
Não o és e sabes?,
- Isso fez-me muito mal!

Queixas-te muitas vezes
De ter nascido, mãe.
És infeliz, eu sei
mas eu também.

A não teres nascido
Ou não teres casado, como dizes,
Talvez tivéssemos sido
Ambos muito mais felizes.

Autor: Rogério Medeiros

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