Vou transcrever a carta da leitora, que se identifica Maria Alves e diz que é de Lisboa, para a Maria Alves peço desculpa de não lhe mandar um mail a pedir que me deixasse transcrever a sua carta, mas como estava publicada numa revista, onde qualquer pessoa pode ler, penso que não irá ficar aborrecida.
"Ao ler o vosso artigo "Sozinha mas não só", não pude deixar de pensar no Carlos, a ser a minha luz nos momentos de solidão. Ele foi o doente mais sorridente que já passou pelo IPO de Lisboa. Como enfermeira e, principalmente como mulher, o Carlos foi a pessoa mais marcante na minha vida (...). O que me conquistou não foram os seus dramas, mas antes a sua alegria de viver, a sua força e a sua perseverança, o amor que tinha para oferecer. (...). Depressa me apaixonei por aquele paciente risonho e bem humorado, que nunca desistiu de lutar pela vida.
De uma relação profissional, rapidamente me encontrei a passar as noites ao lado da cama dele, com as mãos sempre entrelaçadas nas dele. Para nós, o espaço nunca seria um obstáculo, ao contrário do tempo. (...). Quando os médicos previram que a sua vida duraria apenas uma semana, não consegui evitar uma mistura explosiva de sentimentos. Decidi casar-me com o Carlos, mesmo sabendo que o iria perder. Foi um casamento de sonho num quarto fechado do hospital - para mim, o jardim mais encantado do mundo - que, naquele dia, teve o privilégio de poder ter as janelas abertas, para todos testemunharem o nosso amor. O Carlos faleceu no dia seguinte, mas não sem me segredar que " nós não estaremos juntos na alegria e na tristeza; pelo contrário: estivemos juntos na minha tristeza e, agora, somos apenas alegria". Assim o relembro, a meu lado todos os dias da nossa vida".
" Mesmo sabendo que tudo irá acabar, façamos da vida uma luta digna de um ser eterno". - Paulo Coelho
Não teço comentários, simplesmente os tenho mas são meus, achei, achei não, apeteceu-me transcrever este pedaço de uma vida, e deixar ao critério de cada um o comentário que entender.
AnaBorges
2 comentários:
Ainda pensei fazer uma graçola sobre as revistas cor-de-rosa, mas a profundidade deste texto não merece. E isto diz tudo!
Beijinhos e boa semana para ti:)
Bom .... Eu quando transcrevi o texto, preferi não o comentar, por vários motivos:
Um, acho que a senhora foi corajosa, em casar com uma pessoa em estado quase mórbido.
Dois, chamarei a isto coragem, ou "atestado de pena"???
Terceiro, será que este homem, ainda acreditou que naquele momento que a vida dele corria a passos de segundos e estava presa a esta vida terrena por um fio, ainda crê que o amor exista???? É um crente.
Acredito na fé deste homem, mas acho que a senhora, não deveria ter casado com ele, deveria ter-lhe dado todo o apoio, o carinho, e ficar a seu lado, mas esperanças dessas, de um casamento???? Para quê???? Para fazer feliz quêm????
Não acredito neste tipo de amor, neste tipo de caridade. Foi por isso que não quis fazer comentários, mas para ti comento a minha opinião sobre este acto, que não tenho nada com isso, mas como opinião, condeno.
Nada tenho contra a Senhora, mas sim contra o feito.
Um beijo Ana
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