quinta-feira, 16 de agosto de 2018

Hoje acordei assim

HOJE ACORDEI ASSIM


"É uma banalidade, por ser de mais evidente que o trabalho, ter um emprego, é o principal determinante nas condições de vida das pessoas. Contudo, quem conhece bem o que se passa nos locais de trabalho sabe que desta evidente realidade – a repercussão dos baixos salários e da degradação das condições de trabalho nas (pobres) condições de vida – há um outro lado que, mais encoberto, é, perversamente, a sua correspondência biunívoca: a desvalorização do trabalho e a degradação das condições de trabalho por via das más condições de vida, designadamente, da pobreza.

As condições de vida pessoal, familiar e social são indissociáveis dos salários e das condições de trabalho, visto que, de algum modo, as pessoas acabam sempre por “levar a casa para o trabalho”, tal como levam sempre (e até literalmente, muitas vezes) o “trabalho para casa”."

Pensei, pensei, pensei, e pelo caminho até ao trabalho fiz manobras para voltar para trás, para a cama que ainda estaria quente, tomar 1 ou 2 victam e dormir, dormir muito, de modo a que o tempo passasse rápido, ainda pensei em ir buscar umas "coisas minhas pessoais e adquiridas  com muito amor", para me desfazer delas a troco de uns trocos miseráveis, mas talvez devido às manobras esquisitas que fiz com o carro, o cérebro retomou o que se pode chamar racional, e pensei: "Eu?, porque me tem que calhar a mim resolver os problemas dos outros que também tem coisas pessoais adquiridas com amor ou dadas com amor e que guardam tal tesouro, como se fosse o único do mundo?" Chega, chega, chega, estou farta, onde estão os meus vícios? Não tenho. Contento-me com um café por dia, o almoço não passa da metade do pão da manhã. Os sábados, domingos e feriados são passados a inventar sonhos na mistura de cores.

E isto é a vida de uma pobre Mulher que passa por rica Mulher. É isto que a vida esconde, as aparências existem e vão sempre existir.

Cansei.....


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