sábado, 13 de setembro de 2008

PADRE JOÃO ANTUNES - CONDEIXA-A-NOVA


"Eis o Padre-Boi, sua alcunha. Comilão émulo de D. Carlos. Eu parava na rua, deslumbrado e estarrecido, para lhe admirar o porte e lhe beber as famas. Financiava do seu desgorvenado bolso uma Escola de Artes e Ofícios; com mestres de quilates; morreu sem um lençol na cama. Mas entretanto a vila multiplicara-se em pintores de Domingo, Marceneiros-artistas, Ferreiros, Compositores Populares."
Fernando Namora
Uma pequena resenha biográfica desta figura carismática que tanto fez por uma pequena vila chamada Condeixa e que tão pouca gente sabe quem é quando se fala no Padre João Antunes de alcunha Padre-Boi.
Chegámos a Condeixa ainda não há um ano, e curiosos como somos, mais o meu marido que eu, logo fomos conhecer as ruelas desta vila a que podemos sem mal chamar vila romana, embora Conimbriga diste poucos 3 Km, e essa sim Villa Romana, que por curiosidade faz parte do património cultural e pouca gente visita, gostam mais do Portugal dos Pequenitos, vá se lá entender o porquê????
Mas continuando nas nossas andanças, logo a primeira procura foi uma clínica veterinária, pois a nossa "princesa" cansominhas não gostou da mudança e teve que adoecer, mas sobre isso já falei noutro post.
Claro que as ruelas são giríssimas e tornam-se numa alegria quando conseguimos que o nosso pequeno carro consiga serpentear pelas ruelas pequenas e com carros estacionados e não bater em nada, é uma alegria, desatamos a rir pois o meu companheiro e marido acha sempre que o carro não passa, coitadinho do mini carro, ele pensa que o carro é um transformer e fica num autocarro.
Numa destas nossas andanças, deparámos-nos com a feira do livro de Condeixa, que tinha acabado de ser "inaugurada" na praça principal, claro que não havia flores para as Senhoras, e os livros eram escassos, mas enfim lá vasculhámos.
Entre os livros, descobrimos um, este de que tirei a foto do post e que foi publicado por M. Rodrigues dos Santos - Câmara Municipal de Condeixa, e do qual nos "apaixonamos" por tão fascinante criatura, de que o livro trata.
Transcrevo apenas umas linhas, porque como eu gostei pode haver alguém que goste e nem sequer tenha ainda reparado numa singela estátua encostada ao muro de uma rua de Condeixa.
"João Augusto Antunes nasceu em Coimbra, em 15 de Novembro de 1863, filho legítimo de Luís Antunes, criado de servir, e de Teresa de Jesus, ambos naturais de Semide, Miranda do Corvo. Foi baptizado a 30 do mesmo mês, na igreja de S. Bartolomeu.
De criado de servir, Luís Antunes transformou-se num abastado talhante da Lusa Antenas, onde adquiriu casa na Rua da Ilha e terrenos, parte dos quais actualmente ocupados pelo edifício do Hotel Avenida e pelo parque Dr. Manuel Braga.
A razoável abastança de Luís Antunes permitiu-lhe dar ao filho uma formação superior.
Licenciou-se em Teologia e Direito.
Dr. João Augusto Antunes inicia a sua actividade profissional como conservador do Registo Predial de Condeixa.
... Ele era corpulento e já se afirma que tinha o tamanho de uma torre, tinha o seu fraco por mulheres (diz-se que teria pelo menos 35 filhos provenientes de várias mulheres), comprovados conhecem-se-lhe 13 filhos de 5 mulheres diferentes, tinha o seu fraco por mulheres e propala-se que deixou filhos por tudo quanto era sítio, adorava mesa farta e não falta quem jure que a alcunha de "Padre-Boi" lhe adveio de ter ganho a aposta de comer num jantar um boi inteiro ...
Faleceu em 26 de Agosto de 1931, estando sepultado no cemitério de Condeixa".
Foi nota breve, pois haveria muito para falar sobre esta figura, mas os escritos são poucos e o que se diz de quem sabe é muito.


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