Uma simples manhã
Acordei virada do avesso.
Não me apetecia levantar, a chuva batia na janela como a convidar-me para me enroscar no quentinho da minha cama,
e eu dei mais uma volta e eu fechei os olhos, e o barulho da chuva adormecia-me lentamente, mas o despertador voltou a tocar,
e entre o bem bom da cama e o bom senso, lá me levantei sempre a resmungar, nem eu sei bem contra quem, se calhar para todos e para niguem.
Frio, levantei-me com frio, fui ligar a máquina do café,
e já na casa de banho, abri a torneira de água quente no máximo meti-me lá dentro, a casa de banho parecia um banco de nevoeiro, e eu estava vermelha, quase um escaldão, e a água corria por mim, tentando por-me o astral em cima, mas nem assim. A custo sai do banho e esfreguei-me com violência nas costas, no cabelo, nos braços, nas pernas, como se isso me acordasse, mas eu continuava dormente, embrulhei-me no roupão e fui tomar um café,
talvez o cheiro do café me tivesse despertado e avisado que estava mais do que nas horas de me arranjar e caminhar para o meu ganha pão, e assim passou uma hora de um dia em que acordei virada do avesso.
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