quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

O FIM

Hoje, mais uma vez o dia tem o nome de HOJE, sinto-me vazia, oca, um pedaço de qualquer coisa que nem eu sei bem definir o quê.
Aqui estou, nesta divisão a que chamo sala, nem sei porquê, mas temos por hábito dar nome aos locais onde habitamos, para mim, esta divisão tanto serve para ir à varanda estender roupa, como serve para dormir, como serve para colocar um DVD e ouvir uma música ou assistir a um concerto. Neste momento estou a ouvir e a ver Alessandro Safina e a imaginar-me no imaginário dele, ou pelo menos a imaginar estar naquele teatro lindo em Siena, a terra dos eternos amantes, amores o nome que lhe queiram dar.
Devia estar preocupada com as notícias do mundo que me rodeia??? Se calhar devia, mas não me apetece, acho que é o único direito que me assiste é o de ligar a minha TV ao que me apetece, e notícias não, recuso-me a ouvir seja o que for que me faça lembrar que ainda habito aqui neste mundo de loucos, exploradores, lunáticos, fanáticos, materialistas.
Quero viver, nem que seja imaginariamente, num mundo saudável, onde habita a paz, o amor, a amizade, a partilha. Chamem-me o que quiserem, estou-me borrifando para os outros e muito mais para as suas opiniões. Já não admito ordens, mandatos, imposições, a vida é minha e só minha, tenho o direito de fazer dela o que entender, não tive escolha de existir, mas tenho a escolha de desistir, e quando me apetecer desisto de viver neste mundo e vou para o meu mundo, para aquele mundo que sempre sonhei, um mundo livre, o meu mundo, e ninguém é senhor de me obrigar a viver aqui.
Hoje, logo Hoje estou farta, farta de estar nesta divisão, farta deste móveis, farta desta rua, estou farta de mim.
Ainda me pergunto porque estou aqui, e ainda não tenho resposta, ou não a quero aceitar, porque no fundo ainda existe um assunto pendente que se partir agora nunca irei saber o porquê, e isso prende-me aqui. No fundo do meu ser, deste pedaço de gente existe uma questão em aberto que nunca me foi explicada e me obriga a ainda estar aqui e ainda não ter partido, mas no fundo acho que já esperei tantos anos para saber o porquê, e ainda não obtive resposta nenhuma, não sei se valerá a pena continuar à espera.
A nostalgia apodera-se deste pedaço de corpo e, a mente, que vai ser a única coisa que levarei na bagagem, diz-me para me despachar.
Acho que irei mesmo, talvez por isso este seja o ultimo post que publico, talvez por isso me tenha alongado, mas isso também já faz parte da minha pessoa.
Conheci, neste espaço de tempo, pessoas, melhor, uma pessoa linda, com um coração fabuloso, mas não mereço essa pessoa e como tal não lhe quero causar mais mal do que talvez lhe vá causar, por isso acho que não vou demorar muito mais tempo na minha partida, adiei demais a ida. A Hora chegou. Cansei, cansei de querer ser uma Mulher feliz, uma Mãe boa, e no fim o que sobrou, NADA, nem para Mãe prestei.
A quem teve a paciência de ler este simples blog, estes meros posts, um abraço do tamanho do Mar, do Céu, do Infinito.

Até

AnaBorges

4 comentários:

lenalima disse...

Lindo!!!
sempre valerá a pena ter que esperar!!!!

abraços!

Raynold disse...

great video. i love your blog. just shared on facebook

abelhaferrona.blogspot.com disse...

This blog shows a little of my being. I will not get anything from other people, portrait experiences of my life. Thanks for the patience of you read.

seo disse...

Thanks for sharing awesome video i loved this video very much